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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

À Porta Do Paraíso


À Porta Do Paraíso


A porta do paraísodeGlória BevanKevin, Kevin... o nome daquele homem não lhe saía da cabeça. Kevin Hawke 
- o Rei, como era chamado pelos fazendeiros vizinhos -, um verdadeiro deus, de rosto inteligente e queimado de sol, com seus olhos vivos e sempre acusadores... 
Deus, por que Christine fora se apaixonar por um homem que a desprezava e que ia se casar com outra? 
Com a doce Wendy, a garota doente e sofrida, que ele tratava com tanto carinho. Não, Christine tinha que arrancar aquele amor do seu coração, pois Wendy merecia a felicidade. 
E era para ela, sua rival, que a porta do paraíso ia se abrir naquela noite, em sua festa de noivado... 


Capítulo Um


Nem o estouro do pneu, naquela estrada deserta da Nova Zelândia, diminuiu o entusiasmo de Christine.
As íngremes muralhas de rocha, que se erguiam de ambos os lados da estrada, tornavam mais profundo o silêncio, que só era quebrado pelo canto distante de um passarinho.
O que importava que se encontrasse sozinha no desfiladeiro?
Logo apareceria alguém para socorrê-la. Lembrava-se dos pesados caminhões, com seus reboques enormes carregados de carneiros, que ultrapassara não muito longe dali.
Em Londres, costumava sair com o velho carro de sua mãe, e nas raras ocasiões em que tinha precisado de auxílio na estrada, sua boa sorte não a abandonara.
Bem — um sorriso aflorou em seus lábios —, era realmente uma garota de sorte.
Não podia deixar de reconhecer que tinha corpo bem-feito, um maravilhoso cabelo dourado, olhos vivos e azuis, e uma pele que, se exposta ao sol, se bronzeava sem avermelhar.
Reconhecia também os olhares masculinos de apreciação. Mas, de que adiantava tudo isso se não havia ninguém para atrair com seus encantos?
Os minutos se sucediam e nem sinal da aproximação de um carro pela estrada.
Christine resolveu trocar o pneu sozinha. Tirou o estepe do porta-malas e estava estudando o que fazer quando ouviu o caminhão.
— Problemas, moça? — O motorista maori, um índio forte vestindo camisa preta e calças de brim, pulou da cabina alta e se aproximou dela, bem-humorado.
— Só um pneu furado — ela respondeu. Sentia-se aliviada por ver alguém.
Tinha certeza de que o auxílio viria, mas poderia demorar muito. Tirou uma mecha de cabelo que teimava em cair nos olhos e disse:
— Vou apanhar o macaco. As simpáticas feições do motorista se abriram num largo sorriso.
— Para que quer o macaco, moça? E, indo para a traseira do pequeno carro, levantou-o sem esforço ante o olhar admirado de Christine.
— Agora calce o eixo, moça. Tão rápido quanto podia, ela seguiu suas instruções e num piscar de olhos ele já estava apertando as porcas.
Depois, inspecionou as rodas restantes e voltou para junto dela.
— Estará bem agora?
— Sim, graças a você. Obrigada.
— Não foi trabalho, dona...

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