sábado, 15 de novembro de 2014

DESEJO CONCEDIDO

MEGAN MAXWELL
DESEJO CONCEDIDO

Se algo tem claro Lady Megan Phillips é que nenhum homem dobrará seu caráter e sua vontade. Acostumada a cuidar e velar pela segurança de seus irmãos, Megan é uma jovem intrépida, de belo rosto moreno, à qual lhe divertem os desafios e não se assusta com o som do aço.
Se algo tem claro o guerreiro Duncan McRae é que sua vida é a guerra. Acostumado a liderar exércitos, e que as pessoas abaixem atemorizadas suas cabeças ante sua passagem, ao chegar no castelo de Dunstaffnage para assistir ao casamento de seu amigo Axel McDougall, se encontra com um tipo de inimigo muito diferente do que conhece: a jovem e inquietante Megan.
A palavra de um highlander na Escócia é sua lei. E a promessa de Duncan ao avô da moça une seus destinos e se desemboca em um trepidante e acidentado casamento de um ano e um dia.
Conseguirão Megan e Duncan sobreviver todos esses meses sem afogarem-se? Ou pelo contrário a paixão terminará consumindo-os?




Comentário da Revisora Neia: Adorei a historia. A autora trabalha com os nossos sentimentos de uma maneira espetacular, você vai do riso ao choro, da raiva a ansiedade com uma facilidade que pouco vi em outros livros. Pena que ela só tem esse livro de histórico. A historia de Megan e Duncan mais parece uma mistura de Hannah Howell, Margarete Moore e tantas outras maiorais. Muito me lembra a historia de "A Megera Indomável" de Shakespeare, ela é louquinha e ele tem uma paciência de Jô. Nem vou falar muito da historia por que espero que a leiam, vão gostar. E no final vão suspirar por ter lido tal livro. Boa leitura. Bjs. Neia

Comentário da Revisora France Medeiros:  Realmente a história de Megan e Duncan, é cheia de emoções, eu particularmente, senti raiva e em alguns momentos fui ás lágrimas com a Megan, você se envolve com os personagens, ele um guerreiro highlander e sua frase favorita “é eu ordeno” e ela você “não manda em mim”, a partir daí vocês podem imaginar o que acontece, eu recomendo esse livro. Bjs France Medeiros

* * *
DESEJO CONCEDIDO, é uma novela histórica medieval escocesa. Algo diferente do meu trabalho anterior, que como vocês bem sabem muitos é do gênero chick-lit. Mas vocês sabem o que é que encontrarão em comum entre os dois gêneros? Bem, algo tão maravilhoso como é a terra da Escócia, o precioso castelo de Eilean Donan, e suas paisagens.
Em DESEJO CONCEDIDO conhecerão Laird Duncan McRae e Megan Phillips. Um highlander decidido, que espero que as deixe tontas e uma mulher (à qual me dei o luxo de chamá-la Megan... rsrsrs) uma heroína com personalidade, desafio no olhar e coração.
A história em si tem aventura, paixão, desafios, discussões e especialmente muito… muito amor. Esse amor-ódio muito parecido ao de certa estrofe espanhola que diz “Nem contigo nem sem ti, têm minhas doenças remédio: contigo porque me mata; e sem ti porque me morro”.
Portanto se vocês gostam de histórias de amor, de bonitos e atrativos highlanders, se a Escócia as atrai, se voltam louca pelas histórias medievais, e se adoram as mulheres com personalidade. Esta é o seu romance!
Tomara que quando a terminem fechem o romance com um sorriso nos lábios pelo fato de tê-lo achado genial, e espero de coração que o desfrutem muito… muitíssimo, tanto quanto eu quando o escrevi.
Um beijo muito grande,
Megan Maxwell
* * *

MEGAN MAXWELL. É uma escritora de novela romântica nascida em Nüremberg (Alemanha) em 1965, filha de toledana (Toledo) e norte-americano, deixou a Alemanha ainda criança para trasladar-se a Madri com sua mãe.
Trabalhou como secretária, até que, um bom dia, decidiu dedicar-se a escrever novelas românticas.
Atualmente radicada em Madri, sendo uma das principais representantes do gênero romântico Chick-lit na Espanha.




Capítulo 1


Dunhar (Inglaterra), Ano 1308

Lady Megan Philiphs não podia acreditar no que estava ouvindo. Escondida atrás da porta de carvalho maciço escutava sua tia Margaret falar com Bernard Le Cross, o bispo que tão pouco havia gostado em vida, a sua mãe.
—Ilustríssimo . É de extrema importância que realize os casamentos mesmo sem os proclamas pertinentes, — disse Margaret com sua atípica voz ronca.
—Lady Margaret, — afirmou o bispo, — para mim será um prazer ocupar-me desse duplo casamento.
—Tenho que dizer, em favor dos cavalheiros, que ambos conhecem às donzelas desde pequenas e estão satisfeitos com a ideia de desposá-las e ensinar a elas bons modos e a classe que lhes falta, — riu com malícia. — Além disso, já contam com vinte e dezoito anos.
—A entendo, lady Margaret, — murmurou o roliço bispo pegando uma nova torta de sementes de anis.
—Será um acordo benéfico para todos. Além disso, não puderam se negar, — riu sir Albert Lynch, marido de Margaret e tio das moças. — Entre os favores que me devem os cavalheiros e o imaginar em submetê-las em suas camas se animaram com rapidez.
—Não vejo o momento em que essas selvagens desapareçam da minha vista, — cuspiu sem escrúpulos Margaret, enquanto entregava ao sacerdote mais pasteizinhos.
Quanto odiava àqueles três mestiços! Especialmente, às moças. Sempre tinham sido a vergonha da família. Ela mesma havia sofrido as consequências por seu irmão se casar com uma selvagem escocesa. Quando todo o mundo se inteirou daquele casamento, Margaret e Albert deixaram de ser convidados nos bailes e eventos sociais da época. Mas agora que seu irmão George e a selvagem de sua cunhada estavam mortos, ela se ocuparia do futuro daqueles mestiços.
Incrédula, Megan escutava os obscuros planos de sua tia, apoiada sobre a bonita porta que seu pai mandou construir. Aquela casa, que tantos momentos lindos acolheram em vida de seus pais, agora se havia transformado em um lar sinistro por causa da presença de seus tios.
“Esta mulher está louca”, pensou Megan, pálida como a cera. Ao escutar aquilo, seu coração quase parou. Pretendiam que sua irmã e ela se casassem com dois inimigos de seu pai. Os homens que sempre o repudiaram pelo simples fato de ter se unido em casamento com sua mãe, Deirdre. Aqueles que sempre as haviam olhado com olhos cheios de lascívia.
—Fico imaginando que as duas desaparecerão destas terras, — prosseguiu o bispo com indiferença, enquanto limpava as comissuras de sua enrugada boca com um delicado guardanapo de linho. — Com sinceridade, lady Margaret, tirar de cima a esses dois incômodos é o melhor que podem fazer.
—A cada dia é mais difícil a convivência, — reprovou Albert. — Se negam a ser submissas e obedientes, e a se comportarem como damas. Mas claro, é o que se deve esperar delas, tendo a mãe que tiveram e a educação que ofereceram!
—Elas partirão e desaparecerão de nossas vidas, — disse Margaret taxativamente. — Só permanecerá nesta casa o pequeno Zac, sob minha tutela. É o herdeiro e, como tal, o criarei. Isso sim, sem a influência dessas duas selvagens. Eu o ensinarei a ser um bom inglês para que esmague a esses malditos highlanders.
Megan não pôde escutar mais. As lágrimas deslizavam por suas faces deixando sulcos em sua passagem. Ela precisava sair dali. Com máximo cuidado, desapareceu saindo ao pátio dos fundos da casa, junto das lindas flores que sua mãe plantou anos atrás. Sorveu várias arfadas de ar enquanto corria, e se internava na floresta.
Precisava falar com John de Lochman, o melhor amigo de seus pais, por isso se internou através da floresta em busca daquele que sempre havia dado consolo, desde que seus progenitores desapareceram.
Esgotada pela corrida, parou alguns instantes para descansar. A angústia a fazia maldizer em voz alta convulsivamente.
—Bruxa! Maldita bruxa!
—Que está acontecendo com você, Megan? — disse uma voz perto dela, assustando-a.
—Oh, Shelma! — exclamou ao reconhecer a sua irmã. — Temos que encontrar John urgentemente.
—Está no estábulo com Patrick. Mas o que está acontecendo?
—Shelma, tia Margaret pretende nos casar. Você com sir Aston Nierter e eu com sir Marcus Nomberg.
—O que?! — gritou incrédula. Odiava a esses homens, tanto quanto eles a elas. — Mas... Mas se esses homens nos desprezam.
—Tomara apodreçam no inferno! — Vociferou Megan. — Pretendem nos tirar do meio, para educar a Zac e ficarem com todas as propriedades do papai. Venha, temos que encontrar John!
Seus corações batiam fortemente com força quando começaram a correr pela florida floresta de álamos.
—Mas o que John pode fazer? — Perguntou Shelma chorosamente. — Ele não pode nos ajudar. Eles o matarão.
—Não sei o que fará, — respondeu Megan sem fôlego. — Mas quando papai morreu, me pediu que, se alguma vez me visse em perigo, o procurasse.
De mãos entrelaçadas chegaram até as majestosas cocheiras, onde um dos homens de John as cumprimentou e indicou onde poderiam encontrá-lo. Evitando com rapidez a homens e cavalos, elas chegaram até a lateral das cavalariças. Esgotadas, viram John com as rédeas de um belo cavalo em suas mãos.
—Quanta beleza junta! — Gritou John aproximando-se delas.
Aquele gigante de quase dois metros adorava as moças, da mesma forma que havia adorado a sua doce mãe, Deirdre. De repente ele se deteve e, observando os olhos lacrimosos das jovens, rugiu:
—O que aconteceu aqui?
—Uma vez você disse que se alguma vez nos víssemos em perigo que disséssemos a você, — arquejou Megan agarrando sua irmã. — Tia Margaret quer nos casar neste fim de semana com sir Aston Nierter e sir Marcus Nomberg.
—O que você está dizendo, moça?! — Gritou enquanto seu coração batia acelerado.
Era impossível. Como iam fazer aquilo a essas duas adoráveis moças? Sir Marcus e sir Aston eram dois cavalheiros do rei Eduardo II, duros e impiedosos, que nunca aceitaram o casamento entre George e Deirdre pelo simples fato de ela ser escocesa. Como demônios eles iam se casar com elas?
—Entendo que tenha que pensar em si próprio, — prosseguiu Megan, que ardia de raiva pelo que queriam fazer com elas. — Não queremos que tenha problemas nem com eles nem com ninguém. Mas estou desesperada, John, não sei para onde ir, nem o que fazer para que meus irmãos não sofram a injustiça que meus tios querem para eles.
—Moça, — disse John fazendo um carinho no queixo de Megan. — Há anos prometi a seu pai que se algum dia ele faltasse, eu me ocuparia de vocês. Depois de sua morte, sua mãe também me fez o mesmo pedido, e jurei ante Deus que assim o faria, e o farei!
—Mas para onde podemos ir? — Choramingou uma assustada Shelma. — Sempre vivemos aqui. Este é o nosso lar. Esta é a nossa casa.
—Eu as levarei até o seu avô.
—O que?! — exclamou, perplexa, Megan. — Nosso avô?
—Angus de Atholl, do clã McDougall, — assentiu com firmeza John.
—Mas... mas... — começou a balbuciar Shelma, mas as palavras se afogaram em sua garganta, horrorizada por ter de se aproximar dos terríveis highlanders.
—Ele vive perto do castelo de Dunstaffnage.
—Você acha que ele vai querer cuidar de nós? — Perguntou Megan tomando ar. Sair das terras inglesas para meter-se em zona escocesa era muito perigoso. — Nunca tivemos contato com ele, e talvez ele também não queira saber nada de nós.
—Vocês não. Mas a sua mãe se manteve em contato com ele através de mim durante todos estes anos. Angus é um bom homem, adorava a sua mãe e sofreu muito quando ela decidiu abandoná-lo para correr aos braços de seu pai. No início ele se irritou muitíssimo. Não entendia como a sua preciosa filha podia ter se apaixonado por um inglês. Mas o amor que o seu avô sentia por sua mãe e a amabilidade de seu pai o fez entender e aceitar esse amor.
—Será que é uma boa ideia acudir a ele? — Voltou a perguntar Megan enquanto tentava acalmar a sua irmã, que seguia soluçando.
—Sim, moça, — assentiu John com raiva no olhar e nas suas palavras. — Creio que esta é a única opção que vocês têm para se livrarem da crueldade de seus tios e desses maridos que eles querem impor a vocês.
—Está bem, — aceitou Megan sentindo um frio estranho percorrendo suas costas. — Quando partimos? E, sobretudo, como avisaremos a nosso avô?
—Amanhã durante a noite, quando todos estiverem dormindo, será um bom momento.
—Estaremos preparadas com Zac, — afirmou Megan, decidida.
—Iremos a cavalo, não podemos levar nenhuma carreta, por isso peguem apenas o indispensável. Ah!,  e levem os casacos, vocês vão precisar deles nas Highlands.

***
Naquela noite, no pequeno salão azul, enquanto esperavam que terminassem de servir o jantar junto de seus tios cruéis,  ambas as irmãs permaneciam em silêncio.
—Vocês estão muito caladas hoje, meninas, — reprovou sua tia olhando-as com olhos de serpente venenosa, enquanto introduzia uma colherada de caldo na sua enrugada boca.

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