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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Amor em Amsterdam Jessica Steele


Amor em Amsterdam
Jessica Steele


Como um intruso poderia achar-se no direito de ocupar o quarto de Ivory?

Ivory foi acordada por uma voz rude. Arregalou os olhos e negou-se a acreditar no que viu. A seu lado, naquele quarto de hotel em Amsterdam, estava um desconhecido, coberto por um fino lençol!
O que estaria ele fazendo ali? Era sonho ou pesadelo? Envergonhada, tentou esconder os seios com as mãos.
O intruso ordenou-lhe que saísse do quarto dele! Senão cobraria muito caro...



CAPÍTULO I

— Quem é você, afinal?
O som de uma voz grave arrancou Ivory das profundezas do sono, deixando-a confusa. Quando caíra pesadamente na cama do hotel, na noite anterior, estava tão cansada que adormecera imediatamente, sem pensar em mais nada. As palavras, que acreditara ouvir, deviam fazer parte de um sonho estranho. O melhor era voltar a dormir.
— Poderia me dizer que diabos está fazendo em meu quarto?
A voz soou de novo, levando Ivory, desta vez, a despertar completamente. O choque de ouvir uma voz masculina na privacidade de seu quarto encheu-a de espanto. Voltou-se e seus olhos arregalaram-se de horror e medo, quando percebeu que havia um homem deitado na outra cama, ao lado da sua.
— Quem... Quem é... — balbuciou, mas sua voz saiu num sussurro, enquanto sua mente mal desperta tentava assimilar a figura masculina, de cabelos e olhos escuros, peito nu, que a examinava minuciosamente. Então, consciente de que seus ombros estavam totalmente expostos ao olhar daquele homem, Ivory puxou o lençol para cima.
— O que pensa que está fazendo em meu quarto? — conseguiu dizer e ficou até satisfeita, por notar que o tremor havia desaparecido. Sua atenção dirigia-se, de vez em quando, para o telefone, na tentativa de calcular as chances de chamar por socorro, caso o homem fosse algum maníaco.
Observava-o atentamente, pronta para agir, se ele fizesse menção de atacá-la. Contudo, ele não parecia ter essa intenção. Continuava ali, deitado indolentemente, com os olhos fixos nela.
— Pare de fingir — ele disse friamente, ignorando a pergunta que ela fizera — e conte logo qual é o seu jogo. O que quer que seja, posso lhe garantir que não vai funcionar.
Certa de encontrar-se na companhia de um louco, Ivory procurou disfarçar o medo que a dominava.
— Não sei o que você quer dizer... — começou, porém suas palavras foram interrompidas pelo movimento brusco do homem, ao sentar-se na cama. Tremeu e recuou um pouco, no momento em que o tronco musculoso virou-se em sua direção.
— Pare com isso — ele ordenou asperamente. — Eu não nasci ontem. Se for chantagem o que tem em mente, esqueça.
— Chantagem?! Não sei do que você está falando!
O estranho encarou-a irritado, como se não acreditasse no que ela dizia, mas indeciso sobre o que fazer naquela situação. Ivory, constatando que ele parecia muito preocupado em jogar a culpa sobre ela, resolveu atuar com firmeza.
— Não posso entender suas insinuações! — O tom gelado não era habitual em sua voz, comumente agradável. — Ficaria muito satisfeita se saísse daqui agora, visto que você é o intruso em meu quarto.
Mais uma vez, sentiu-se observada atentamente por aquele olhar escuro, que a avaliava, pesando o pouco que podia ver, já que apenas a sua cabeça, os cabelos desarrumados e seu rosto estavam descobertos. Após alguns segundos, a fisionomia do desconhecido abrandou-se e as palavras que pronunciou saíram menos ásperas, embora terrivelmente chocantes.
— Estava mesmo pensando em me levantar. — Ele moveu-se levemente, pronto para se desfazer do lençol. — Durmo sem roupa, mas tenho certeza de que...
O grito de Ivory foi tão cortante, que imediatamente as mãos dele se detiveram.
— Meu Deus! — ele exclamou surpreso, enquanto fitava o rosto vermelho de Ivory. — A donzela enrubesce... ou será que donzela é uma palavra feia hoje em dia?
Que atrevimento! Sem dúvida, ela não tinha por que esclarecer que aquela era exatamente a sua condição. Limitou-se a espreitar, através dos cílios semicerrados, pronta para fechar os olhos, caso ele fizesse algum outro movimento para sair da cama.
— Acho... acho que é melhor eu me levantar primeiro — propôs, afinal, ciente de que, àquela altura, convencê-lo de que o quarto era dela não tinha tanta importância. O mais urgente era se vestir, o que lhe daria mais segurança para lidar com ele.


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