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terça-feira, 28 de agosto de 2012


Um adorável Tirano
Lucifer angel
Violet Winspear
Coleção Sabrina, nº 53
Série
Romances Editora Abril, 1965
Esta é a história de Fay e de sua surpreendente aventura em Hollywood, com todo o glamour e a sofisticação do mundo dos astros e estrelas do cinema. Ela era uma jovem enfermeira, ingénua e inexperiente, quando conheceu Lew Marsh, um famoso diretor de cinema, e aceitou casar-se com ele. Pelas mãos de Lew, ingressou naquele mundo fascinante, acreditando que seria feliz, até descobrir que ele não passava de um monstro. Hollywood transformou-se então num pesadelo, do qual ela precisava fugir, de qualquer jeito, porque Lew Marsh não a amava, procurava nela apenas uma companhia. O que Lew faria se soubesse que Fay esperava um filho dele?


CAPÍTULO I

Fay olhava pensativa para a aliança tão nova em seu dedo: um anel sofisticado, moldado em platina, com uma fileira de pequenos diamantes a volta. O sol de outono dançava nas pedras, cujo brilho faiscante a enchia mais de pânico que de prazer.
O anel era a marca que dizia que ela agora era propriedade de Lew Marsh. O elo que a prendia a ele!
Olhou de esguelha para o marido, sentado à direção, dirigindo o possante carro negro pelos meandros do congestionamento da estrada californiana.
Estamos quietos demais, ela pensou. Acabamos de nos casar, devíamos pelo menos estar sorrindo!
- Quando chegaremos à cabana, Lew? - perguntou. Ele havia sugerido passarem a lua-de-mel em sua cabana nas colinas de Serena, e ela tinha concordado. Mas, ao falar, sentia a boca seca, como se não tivesse dito uma palavra durante semanas. Como se não tivesse dito nada, quando, ainda há pouco, havia dito, "Sim"!
De repente, sentiu medo. Um medo paralisante, que percorreu seu corpo como uma onda de frio. Por que havia se casado com ele? Tinha sido um erro. Nunca seriam felizes. Olhou para ele, tão silencioso, tão voltado para dentro de si. Sentiu-se de repente desesperada, quase chorando. Por que é que ele se casara com ela, se não senha alegria por isso, nem contentamento nem nada?
Ele então virou-se para ela. Chegaremos lá pelas oito - disse. - Você quer ir para a cabana, não quer? Tenho certeza de que não estará cheia de aranhas ou úmida de mofo. - Riu, aquele sorriso levemente zombeteiro, que levantava um canto de sua boca bem desenhada e elevava sua sobrancelha com um jeito irônico. - É de fato um belo lugar. Tem até um banheiro, apesar de eu ter que admitir que a água é aquecida em fogão a óleo.
- Parece ótimo - disse ela.
- Você faz com que isso soe horrível - ele reprovou. - O que está havendo?
- Nada.
- Ora, venha, alguma coisa está errada. Você está parecendo um pequeno fantasma. Será que já está cansada de ser casada?
- É claro que não! - Girava o belo anel em volta do dedo. Sentia que ele estava pesado e estranho, os diamantes brilhando e dançando, e ela desejando, oh!, desejando não sentir aquela vontade de chorar.
- Aposto que sei o que há com você - disse Lew. - Está com fome. Aposto dez contra um que tudo o que você tomou, desde cedo, foi só um cafezinho. 
- É, eu não estava com muita fome. 
- Eu sabia!No primeiro restaurante decente que aparecer vamos parar e fazer uma refeição. Você vai se sentir ótima, querida, logo que tiver comido alguma coisa. - Sorriu para ela e concentrou-se em dirigir.
Fay acomodou-se melhor, afastando a idéia de chorar. Não tinha jeito de voltar agora. Estava irremediavelmente casada, e com Lew Marsh.
Lew Marsh - um nome ligado ao mundo do cinema - que, apesar de ter só trinta e quatro anos, já tinha dirigido diversos filmes de sucesso. Lew Marsh, que rapidamente subia a precária escada da fama em Hollywood, a escolhera para acompanhá-lo, ainda que não por amor, não por amor!
Quando ele havia se declarado a ela, dissera claramente que queria se casar porque estava cansado de viver sozinho.
- E vai funcionar, se você não me ama? - ela perguntara. 
- Amor! - Ele havia rido desdenhosamente. - Será que eu devo contar o que é o amor, meu bem? É uma palavra linda, linda, que se escreve nos cartões do Dia dos Namorados, um ingrediente que se mistura às canções populares, uma brisa que está ali num momento e logo depois desaparece. Meu bem, não me peça belas palavras, que eu não sou do tipo. Aceite o que posso dar, minha admiração e minha apreciação; será que não são emoções suficientemente boas e fortes para você?
E porque parecia um milagre que ele a tivesse querido de qualquer maneira, ela aceitara, como um pequeno e frágil pássaro, as migalhas de consolo que ele oferecia. A admiração, na qual ela mal podia acreditar, pois não era uma pessoa sofisticada. Sua apreciação, que para ele significava gostar dela porque ela não atrapalhava; ele podia com certeza se esquecer dela quando quisesse, sabendo que ela não iria reclamar, sabendo que ela iria, bem quieta, encontrar algo com que se distrair, até que ele quisesse chamá-la novamente.
Ela o amava, é claro. Tinha se apaixonado por ele desde o primeiro sorriso que ele lhe dera.
Conheceram-se na casa da avó dele, onde Fay estava tratando da irascível e muito rica sra. Marsh.
Fay, que era inglesa, tinha vindo para a América dois anos antes, quando sua mãe, viúva, morrera. Tinha vindo como atendente de enfermagem e resolvera ficar e tornar-se uma enfermeira registrada. Esse trabalho, que ela achava muito mais interessante do que servir em hospitais, a levara a conhecer diversos lares e diversas pessoas. E, desde o primeiro dia em Laurel Bay, tinha ficado encantada e intrigada com a majestosa irascibilidade da velha sra. Marsh e a beleza um tanto melancólica de sua neta, DeI Ia, que vivia com ela.
Essas pessoas eram diferentes e, apesar de Fay não ser presunçosa, não podia deixar de apreciar o fato de sra. Marsh ser a mulher mais rica de Casa Roche e do seu neto, irmão de Della, ser um conhecido diretor de cinema.
Então, numa tarde, ele chegou. A velha sra. Marsh ficou ao mesmo tempo azeda e contente que ele tivesse perdido tempo em vir de Hollywood até lá, só por causa de sua úlcera gástrica, até que ele a informou que, na verdade, tinha vindo para Casa Roche por causa de um assunto de cinema e que não tinha nem idéia de que ela estivesse doente. O descuido com que disse isso, mesmo diante de Fay, mostrou que havia muito pouca afeição em sua atitude com relação à avó, apesar de ter sido criado por ela, bem como sua irmã.



6 comentários:

  1. adorei esse livro,ele um safado de primeira ,mais se apaixonou muuuito pela fay

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  2. O amor da Fay pelo mocinho não me convenceu.
    Achei ela fraca, sempre tomando decisões equivocadas como não contar sobre o bebê supondo que ele não queria a gravidez e disposta a pensar o pior do homem que ela dizia amar, sendo carinhosa e tolerante com o "suposto" amigo dela, que não passava de um invejoso na minha opinião. Deu ouvidos para as fofocas de Hollywood, sendo insensível à história do gostosão do marido. Acho que a escritora foi muito infeliz com o que reservou a esse homem genioso para suportar a dor de tanto desammor e traição que sofreu na vida. O título de deveria se referir a ela "tirana" com pose de vítima. Legal se fosse uma mocinha daquelas fortes para dobrar a língua ferina do Lew, mas com amor, coragem e sensualidade. Desculpem pelo meu desabafo!!!

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  3. Horrível é pouco marias

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  4. Amo os livros da Violet winspear mas este eu sinceramente não gostei. Talvez seja o livro dela que menos eu gostei . Não achei romance não teve clima de amor e essa Fay saindo escondida com o cara lá.

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