No centro agitado de Nova York ou perdida nos recônditos da selva Amazônica colombiana, Thèrese continuava se sentindo "péssima. Vivera maus momentos nas últimas semanas e num impulso viajara para uma louca aventura em suas férias forçadas. Férias de sua vida, de seus problemas. Nessa viagem rume ao desconhecido, carregando dentro de J apenas a certeza de que deveria lutar com todas as forças para manter-se no controle de sua vida antes tão simples e organizada, jogou-se de corpo e alma à procura de um consolo
para sua alma amargurada. Mas o destino lhe reservara surpresas assustadoras, como o mistério dos olhos acinzentadas
daquele traficante de drogas por quem se via interessada. Interessada? Não. Perdidamente apaixonada. Se antes já estava desorientada, agora passava por algo mais perigoso e destrutivo, algo violento demais para ser controlado e que confrontava diretamente com tudo o que sempre cultuara e que poderia arruinar sua vida...
CAPÍTULO 1
O sol brilhava lá fora e o céu continuava azul, sem nenhuma nuvem a turvar o horizonte.
O dia estava lindo, esplêndido. Totalmente indiferente à acirrada luta entre a vida e a morte que se desenvolvia no centro cirúrgico do General Hospital, em Nova York.
Por ser um dos maiores e mais bem equipados hospitais do mundo, a competência de seus médicos e cirurgiões era amplamente reconhecida.
As paredes imaculadas da grande sala assistiam cenas desesperadoras naquela manhã, quando no interior austero do centro cirúrgico o suor escorrida pela fronte da jovem cirurgia que ouvia atenta aos últimos relatos dos sinais vitais de seu pequenino paciente.
Ele estava sendo submetido a uma delicada cirurgia para estancar a terrível hemorragia interna.
O acidente automobilístico que sofrerá momentos antes causara danos fatais a seus órgãos internos.
Seus pais, apesar a gravidade do acidente, pouco sofreram e encontravam-se internados apenas para observações, já que seus arranhões e hematomas não representavam nenhum perigo à sua integridade física.
Mas o pequeno Michael, que por um descuido irresponsável encontrava-se sentado no colo de sua mãe no banco de passageiro ao lado do motorista fora, com o impacto da batida remetido vários metros à frente saindo pelo vidro dianteiro do automóvel, o que lhe causara todos aqueles ferimentos internos.
O acidente dera-se na auto-estrada que ligava Nova York a Filadélfia, ocasionado por um motorista bêbado que nada sofrerá e que já encontrava-se detido.
No centro cirúrgico o silêncio pronunciava o triste desfecho que todos esperavam para o garoto que não tinha mais do que cinco anos.
Sem deixar-se levar pelos diagnósticos sombrios que as radiografias e os exames apresentavam a Dra. Thèrese Ryan lutava com todo o seu conhecimento para salvar o pequenino, numa luta desleal que travava naquele momento com sua pior adversária. A morte.
Suas mãos firmes operaram com maestria e começava as suturas da pele consciente de que fizera o possível naquela situação.
De repente, em contraposição ao suor que agora corria em abundância pela sua face e que era imediatamente secado por sua auxiliar, Thèrese sentiu frio.
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