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segunda-feira, 23 de junho de 2014

VOZES DA ÁFRICA

Vozes da África
Elizabeth Lane
Clássicos Históricos 41



Nas florestas e savanas selvagens do Quênia, eles arriscaram suas vidas por um grande amor!

Meg MacKenna saiu da Escócia e aventurou-se no Quênia, à procura do marido que a abandonara. Ela queria o divórcio, pois pretendia casar-se de novo e, assim, garantir o futuro de sua pequena Jenny.

Cameron MacKenna não via a esposa, Meg, havia quatro anos, e jamais pusera os olhos na filha. De repente, viu-se ameaçado de perdê-las para sempre: traficantes de escravos raptaram Jenny para vendê-la! E Meg foi enfrentar sozinha os perigos de uma terra primitiva para encontrar a filha. No entanto, mesmo que Cameron conseguisse salvá-las, iria suportar vê-las partir de volta para casa, ao encontro de outro homem?

PRÓLOGO



Darlmoor, Escócia 17 de outubro de 1894.

Um pardal entrou por uma das janelas abertas da igreja. Desesperado para escapar, voou de um lado para o outro, entre os bancos, ignorado pela maior parte do pequeno grupo que assistia ao casamento sem entusiasmo.
Cameron MacKenna observou-o pelo canto do olho. Pobre criatura, pensou. Sabia exatamente como o passarinho se sentia, pois sentia o mesmo. E não havia nada que pudesse fazer.
A lã do saiote de seu padrasto arranhava-lhe as pernas nuas. O tradicional traje escocês fora retirado do baú uma hora antes da cerimônia e cheirava a mofo. Cameron sentia-se ridículo dentro dele. O casaco era pequeno demais para seus ombros largos, a camisa de linho branco apresentava-se amarelada pelo tempo e a bolsa de couro sobreposta ao saiote parecia ter sido mastigada por ratos. Porém, ao longo dos últimos sessenta anos, todos os homens da família MacKenna haviam usado aquela roupa em seus casamentos. Até mesmo sua mãe insistira que seria uma honra vestir o traje, uma vez que Cameron era um MacKenna apenas pelo nome.
A noiva encontrava-se a mais de meio metro de distância, pequena, delicada e infeliz. Um véu de renda cobria quase todo o seu rosto. Pobre Meg. Nem sequer completara dezessete anos, e já enfrentava uma situação como aquela.
Aos vinte e três anos, Cameron deveria ter tido mais juízo. Tudo não passara de um encontro casual, uma provocação inconseqüente, que se transformara numa tempestade de paixão, antes mesmo que os dois se dessem conta do que estava acontecendo. Agora, embora parecesse inacreditável, Mary Margaret Owen, filha única do juiz, carregava no ventre o filho de Cameron.
Exausto por se debater sem parar e sem encontrar a saída, o pardal pousou num dos caibros que sustentavam o telhado da igreja. Cameron lançou-lhe um olhar solidário, enquanto o padre, um homem velho e decrépito, como tudo mais naquela maldita cidade, limpou a garganta para dar início à cerimônia.
— Estamos aqui reunidos, na presença de Deus e destas testemunhas…
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