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segunda-feira, 15 de junho de 2015

AMOR E REDENÇÃO - TEMPO DE AMAR

Tempo de Amar
Battle-Torn Bride
Anne O’Brien




Forçada a se casar com o homem escolhido por seu pai, nada mais restou a lady Beatrice Somerton senão desistir de sua paixão por Sir Richard Stafford. Mas a morte de seu marido, lorde Somerton, em uma batalha, muda comple-tamente seu destino. Pois Beatrice voltou a ser uma mulher novamente livre e dona de seus próprios desejos. Porém, poderá ela ter uma segunda chance de ser feliz com o homem que sempre amou, mesmo sabendo que seu ma¬rido morreu pelas mãos dele?







Prólogo

— Eu amei você. Pretendia me casar com você. No entanto, você me traiu, Richard. Traiu o nosso amor.
— Traí? O quê...?
— Acho que você jamais me amou. Não passei de um flerte da Décima Segunda Noite, para ser posta de lado antes da Festa das Candeias.
— Beatrice... Como pode pensar isso? Meu coração é seu... Sempre foi seu.
— Suponho que eu tenha sido esquecida assim que saí de suas vistas.
— Jamais. Você me desonra!
— Se isso é verdade... se algum dia de fato me amou... como pôde me abandonar, permitindo o meu casamento com um homem como William Somerton? Você partiu o meu coração, Richard Stafford.




























Capítulo Um

Julho de 1460.
Great Houghton Hall, uma mansão de pedras douradas.

Lady Beatrice Somerton seguiu uma de suas serviçais — que habilmente equilibrava canecas e uma jarra de cer¬veja sobre uma pesada bandeja — até o interior do grande salão. Duas outras serviçais, roubadas às pressas de suas tarefas na cozinha, vinham atrás dela com travessas de pão, queijo e fatias de carne fria. Outra trazia um prato de tortinhas de carneiro. No salão, meia dúzia de cava¬lheiros, sentados ou em pé, estavam conversando. Recém-chegados, suas roupas e botas estavam cobertas de poeira, devido à cavalgada matinal. As espadas e os punhais compridos revelavam que estavam bem armados.
A conversa, sobre política e repleta de comentários grosseiros, cessou quando a dama entrou. Apesar da pouca idade, ela era, sem dúvida, a senhora da mansão. Embora jovem e de estatura baixa, era dona de incon¬fundível dignidade e discreta autoridade. Seu porte decidido deixava transparecer que estava acostumada a ser obedecida por aqueles que a serviam. Os cavalheiros que estavam sentados ficaram de pé, e curvaram-se com respeito, e até um pouco de admiração. Lady Beatrice Somerton era muito bonita e digna de ser respeitada.
— Fiquem à vontade, cavalheiros. — Ela cumprimen¬tou os presentes com um sorriso. — Suponho que uma cerveja será bem-vinda.
— Muito bem-vinda. Nós lhe somos gratos, lady Somerton.
Um dos cavalheiros adiantou-se e curvou-se diante dela com galanteios ensaiados. Era uma dama muito atraente, e, conhecendo Sir William Somerton, um tipo que ninguém esperaria encontrar naquela casa. A dama era muitos anos mais nova do que o senhor da mansão.
Lady Somerton orientou as empregadas, que começaram a servir a cerveja, e observou o modo como elas dispuseram as bandejas e as travessas sobre a mesa de carvalho. Depois, olhou ao redor, para se certificar de que tudo estava em ordem.
— Se precisarem de mais alguma coisa, cavalheiros, Betsy estará por perto.
Ela indicou a serviçal à sua direita.
Em seguida, Beatrice se retirou — mas, para onde? Para seus próprios aposentos, ou talvez para os jardins, Betsy supôs. O marido e seu convidado mais importante, que agora estavam a sós na sala de estar, não precisavam mais dela. Isso fora deixado bem claro. Qualquer outra necessidade dos convidados poderia ser atendida pelo eficiente mordomo, mestre Lawson.
Outro cavalheiro adentrou o amplo recinto, com teto de vigas de madeira e paredes apaineladas, após ter supervisionado os preparativos do destacamento armado que os acompanhara até Great Houghton. Após retirar o chapéu e as luvas, ele os depositou sobre o baú próximo à porta; depois, passou as mãos pelo espesso cabelo escuro, que adornava o rosto impressionante. Em seguida, o cavalheiro aproximou-se da mesa, atraído pela promessa de uma caneca de cerveja para tirar de sua garganta a poeira das estradas no verão.
E se deteve no centro do recinto.
Assim como Beatrice Somerton, no mesmo instante.
O semblante do cavalheiro subitamente ficou privado de qualquer emoção, a cerveja tornou-se um pensamento distante em sua mente. Seu corpo ficou rígido, e as mãos se apertaram ao lado do corpo.
Os olhos da dama se arregalaram, seus lábios se entre¬abriram de choque. O sangue desapareceu de seu rosto, deixando sua pele pálida como a renda que adornava o corpete de seu vestido de veludo. Os dedos se afrouxaram ao redor das bordas da bandeja vazia que levava para a cozinha.
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