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sábado, 6 de junho de 2015

UMA CHAMA NO HORIZONTE


Uma Chama no Horizonte



Inglaterra, 1153

Saura de Roget vive uma vida solitária de servidão e subserviência, pois toda a sua fortuna é controlada por um padrasto cruel e inescrupuloso.

Ainda assim, ela é requisitada para iluminar os dias de sir William de Miraval, um cavaleiro nobre e altivo que um dia jurou viver ou morrer pela espada...
Até o dia em que um sério ferimento no campo de batalha fez seu mundo ser engolfado pelas trevas.

Levada ao castelo de sir William, a inocente jovem de cabelos negros como azeviche não demora a se perceber dominada pelo desejo e pela paixão que lhe desperta aquele formoso guerreiro, que tão depressa conquistou seu coração.
No entanto, uma séria ameaça os espreita logo além dos muros do castelo... e um preço, tão alto quanto perigoso, terá de ser pago em troca da rendição àquele amor ardente, completo e absoluto...

Capítulo Um

Inglaterra, Primavera de 1153
Está interessado nela? Pego de surpresa, e atarantado com a pergunta, lorde Peter virou a cabeça grisalha para o anfitrião antes de indagar:
— Como?
— Perguntei se a quer para você. — Theobald limpou o nariz com o dorso da mão com que segurava a faca. — Parece que não consegue tirar os olhos dela.
— Aquela jovem? Na outra extremidade da mesa? — in­dagou Peter, desconfortável com a animosidade que via nos olhos do dono da casa. — Ela é muito bonita.
— Bonita? — Bufando, Theobald ergueu a taça com a ou­tra mão. — Sim, como não? Olhe só aquela boca, larga e ro­sada... E aqueles cabelos negros derramados até a cintura, um belo contraste com a pele tão clara... Que o diabo a car­regue, mas a verdade é que Saura tem o tipo de corpo que os poetas do rei gostam de louvar. E pernas muito bem-feitas, que sustentam ancas verdadeiramente apetitosas. Isso sem falar da cintura fina e dos...
— Ao tentar reproduzir com as mãos a curva dos seios da jovem, derramou cerveja no colo e pôs-se a praguejar.
Desgostoso com o modo nada recatado com que o outro nobre descrevia a simpática mocinha, Peter tratou de se desculpar:
— Perdão. Eu não sabia que ela era sua concubina.
— Concubina! Saura é uma inútil, você não esta vendo? Ela é cega. Mais cega do que uma toupeira com pedras no lugar dos olhos. — Tornou a bufar.
—A infeliz é filha da minha primeira esposa e Elwin de Roget e, como não enxerga, não tenho como dá-la em núpcias a alguém. Essa moça é um pedregulho que sou obrigado a carregar pendurado no pescoço.
Inútil? Admirou-se Peter.
Pois o que tinha chamado sua atenção era justamente a eficiência como a jovem adminis­trava o andamento do jantar a partir do banco em que esta­va sentada, de onde comandava os servos que vinham pedir orientações a ela para em seguida irem se desincumbir das ordens recebidas.

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