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domingo, 30 de outubro de 2022

A criada do Sheik




"Meu baba desviou dinheiro, roubou o Sheik e agora estamos pagando por isso.

E se já não bastasse ser humilhada por todos, estou tendo que administrar meus sentimentos pelo filho do sheik, o príncipe playboy Rashid Al Kudsi, um um homem de olhos castanhos sedutores, arrogante e controlador. Um homem misterioso que rouba meu fôlego, turba minha mente e quer estraçalhar meu coração."





 Jade


É esse então o sentido de colabore?

A raiva borbulha dentro de mim com a mesma intensidade que a atração incontrolável me envolve.

Volto imediatamente ao meu estado normal. Que sabe muito bem com quem está lidando.

Antes de sua boca linda tomar a minha e eu me perder nela, o empurro com força e escapo de seus braços.

Rashid se vira para mim, sua expressão de surpresa me diz: "como ela conseguiu quebrar esse momento?

E eu o encaro com firmeza agora. É importante que ele saiba que reprovo sua atitude.

—Eu não estou à venda! Se é esse tipo de colaboração que espera de mim, pode tirar seu camelinho da tenda, que ele anda muito folgado ultimamente.




Sheik

Rashid

A química entre nós é forte ao mesmo tempo que me atrai, me castiga.

Jade sem perceber devora-me com o olhar, implorando o contato do seu corpo com o meu, mas quando isso acontece, de um jeito ou de outro, ela consegue se afastar.

Essa mulher está me tirando do sério!


DEGUSTAÇÃO DO LIVRO





Jade Al-Sabbah

Chego ao meu destino.

Enfio minhas mãos no bolso do caftan muito lindo para uma criada, endireito os ombros enquanto encaro a governanta no topo da escada de pedra desejando ardentemente estar em outro lugar e não aqui.

Desvio meu olhar dela e observo o jardim do palácio. É pior, a majestade do lugar me oprime e meu estômago começa a revirar de nervoso.

Não é por menos, é a primeira vez que trabalharei para a realeza árabe. Na verdade é a primeira vez que trabalharei para alguém.

Ali Al-Kudsi, sheik de Godan é simplesmente um dos homens mais poderoso e influentes do Barein e se tornou ainda mais quando seu filho se casou com Hanna Al-Sabbah, que infelizmente morreu num trágico acidente. Sua aeronave caiu quando ela foi visitar parentes em Catar.

Tenho consciência que muitas moças se sentiriam honradas por ter essa oportunidade de trabalhar para um homem tão importante como o Sheik Ali e não ficar somente à espera de um homem para se casar. Mas não eu, não na minha condição. Meu baba desviou dinheiro, roubou o Sheik e agora temos que pagar por isso.

A realeza árabe valoriza muito a honra e a integridade de um homem, acima de qualquer coisa.

Meu baba até tentou negociar, dizendo que daria um jeito para pagar tudo que estava devendo. Mas não houve misericórdia. O sheik colocou na cabeça que o melhor era humilhá-lo e assim o fez e meu pai foi rebaixando de cargo. De controller meu baba se tornou um tipo faz tudo em seu palácio. Mas as coisas não pararam por aí, o Sheik não queria só meu pai trabalhando, para o pagamento da dívida, ele exigiu que toda a família trabalhasse.

Agora o serviremos por tempo indeterminado, ou até ele se sentir vingado por toda falcatrua que meu baba fez.

Allah! Espero que o pagamento da dívida não leve boa parte das nossas vidas....

Não quero perder a minha juventude aqui e pior quem vai querer se unir a mim em casamento? Meu baba manchou o nome de nossa família.

Allah! Não quero nem pensar nisso!

Subo as escadas até alcançar seu topo. 


Alguns dias antes....


Ali Al-Kudsi, sheik de Godan


A cada palavra do meu assessor minha respiração se torna mais instável.

Mohamed, um homem que confiei cegamente ter me roubado ferve meu sangue. Não pelo dinheiro, mas pelo fato de ter nos julgado tolos, uns otários!

Saio da minha confortável cadeira ornamentada com ouro puro e começo a andar de um lado para o outro na sala.

— Por favor, sua alteza, não fique assim tão nervoso.

—Como não? Confiamos cegamente neste desgraçado!

Meu assessor engole em seco.

—Sim é verdade, mas vossa excelência tem que se acalmar. Sua pressão irá subir se ficar nervoso assim.

—Repugnante! Imoral! — digo e viro meu rosto para a janela, encaro a exuberância do jardim de inverno do meu escritório, do meu imenso palácio.

Sou considerado um dos homens mais ricos de todo o Barein então não é o dinheiro furtado que me incomoda, mas o fato de ter sido enganado.

Um ano nos roubando!

—O que vossa Excelência fará?

Encaro meu assessor.

— Puxe o endereço desse sanguessuga. Iremos até lá. Quero que ele conheça o peso da minha vingança.

Endereço nas mãos, eu e Faruk rumamos para o exterior do palácio. O motorista já está a postos me aguardando. No caminho vejo meu filho sentado numa poltrona. Seu olhar está parado, longe.

—Faruk, me espere no carro.

Quando ele se afasta, encaro meu filho.

—Rashid —eu o chamo num tom alto e bom som, mas meu filho demora a me encarar—acabei de saber por Faruk que Mohamed que nosso controller está roubando as nossas empresas. Saad é um lerdo! Ele deveria ter visto isso!

Meu filho se levanta da poltrona e eu me preparo para seu olhar de ranço, ou frio que vem.

—Baba, hoje não. O que tiver que resolver, resolva, por favor. Acabei de sair de uma reunião cansativa. Sabe que não me meto nos negócios de Saad.

Toda a ânsia de afrontá-lo desaparece. Desde jovem consegue ter esse domínio silencioso sobre mim.

Fungo.

—Tudo bem. Vou resolver tudo do meu jeito.

Ele me dá um sorriso frio.

—Ótimo. 














Rashid Al-Kudsi.




Solto o ar.


A obediência excessiva aos pais é considerado fraqueza em muitos países, mas no meu país seu cumprimento é honradez.

Cumprir nossas tradições e normas só aumenta nosso prestígio ante todos. Mas eu nunca consegui ser totalmente submisso. Desde jovem impus minhas vontades e aos poucos fui ganhando espaço. Como um cavalo puro sangue que é difícil de ser domado.

Não concordo de aceitar tudo que nos é imposto. Criando assim em nós um temperamento equilibrado para nos submeter todas as vontades dos nossos pais.

Ao meu ver, em tudo há limites.

Observo com o olhar vazio a vidraça gigantesca. Lá fora a bela visão do jardim com o bonito espetáculo do crepúsculo que derrama sua luz avermelhada em todo o verde. Mas meus olhos não estão focados nisso, meu azedume me impede de apreciar o que a vida me oferece de bom.

Passo a mão pelos fios grisalhos dos meus cabelos como se isso fosse capaz de tirar meus pensamentos desgostosos amenizando assim essa dor incômoda no meu peito.

Não tem um dia sequer que eu não me culpe pela morte de Hanna. Se eu não tivesse insistido tanto para que ela viajasse ela estaria viva agora.

Fungo.

A voz do médico ecoa até hoje na minha mente aumentando ainda mais minha culpa:

"Sua esposa não resistiu aos ferimentos. Não sei se sabe, ela estava grávida de cinco semanas."

Foi a ambição desmedida que me levou a me casar com a pobre mulher e não a atração sexual ou o dito "amor". Na verdade eu nem acredito que ele exista.

Sou racional demais para me sentir afetado por uma mulher e por isso sempre me coloquei como a fruta mais alta de uma árvore, inatingível. Nunca uma mulher me ganhou ao ponto de me fazer perder a cabeça.

Minha união com Hanna foi apenas um tratado de negócios entre famílias e posso dizer que nos beneficiou muito.

Desde a minha juventude meu baba fez pressão para que eu me casar, contudo não me casei no seu tempo, mas sim quando realmente vi a necessidade disso, quando comecei a notar a quantidade de fios brancos nos meus cabelos e as mudanças no meu rosto. Aí sim, eu comecei a entender a necessidade de ter um herdeiro.

Na época achei que administraria bem meu casamento, ou melhor, a mulher que eu havia me casado. Eu não contava com um coisa, que Hanna ao se deparar com a minha frieza e indiferença ficasse no meu pé.

Allah! Aquela mulher fez de tudo para tirar a frieza dos meus olhos!

Cuidava pessoalmente da minha comida e roupa.

Perguntava do meu dia.

Dançava para mim no quarto.

Contudo isso, ao invés de nos unir, só piorou as coisas dentro de mim, ela conseguiu aumentar ainda mais minha repulsa por ela.

Hoje continuo precisando de uma esposa, só que agora eu a escolherei com uma ótica bem diferente.

Ela precisa ser bonita ao ponto de eu deseja-la e fria o suficiente para saber o seu lugar na minha vida.

A celebração de hoje não é de um casal que se ama, mas a demonstração pública que Amir em breve será meu dono.

Meu baba se negou a ouvir meus protestos e me disse que o único fim para esse acordo seria com a morte de Amir, já que fui prometida a ele num acordo entre famílias.

Sim, é natural no meu país os filhos se submeterem a esse tipo de coisa. Homens e mulheres crescem sabendo que não temos escolhas e sim deveres e não importa nossa opinião sobre o assunto.

Encaro meu noivo tentando encontrar alguma saída para mim.

—Você é linda Jade. A mulher mais linda que eu já coloquei meus olhos. Eu me sinto um afortunado por tê-la como minha noiva. Meu baba não poderia ter escolhido melhor. E que olhos lindos você tem. Agora eu entendo a escolha de seu nome.

Aceno para ele com uma forçada de sorriso.

Allah! Pena que não posso dizer o mesmo.

Esse homem é feio, para não dizer horroroso.

E esse nariz! Allah! Parece um tucano.






Allah! Me livre dessa! Não quero estar ligada a esse homem para o resto de minha vida!

Desvio meus olhos dele e encaro os convidados, muito felizes, bebendo, comendo, dançando. Totalmente alheios a minha dor, não importa para eles eu estar sendo sacrificada como um carneiro.

Allah! Não vou conseguir ir até o final de tudo isso!

Encaro meu noivo enquanto minha mente trabalha pensando em alternativas para me esquivar de tudo isso, mas antes que eu pense em algo, vozes aumentam na sala e vejo os convidados se inclinarem em saudação a alguém.

O Sheik Ali veio à minha festa de noivado?

Contudo quando encaro o rosto fechado do Sheik, um tremor me domina com um mau pressentimento.

Os convidados se comprimem para ver melhor o ilustre convidado e o silêncio cai sobre todos quando eles percebem a aura selvagem, letal no rosto do Sheik.

Por que o Sheik o encara meu baba agora com tanto furor e por que o rosto do meu baba está tomado de apreensão?

O Sheik ergue o dedo o direcionando para todo canto:

—Tudo isso pago com meu dinheiro. Dinar roubado dos meus cofres.




Uma onda de choque cai sobre todos, que encaram Mohamed abismados.

—Seu baba roubou o sheik? —meu noivo me questiona.

Allah! Não pode ser verdade!

Eu o encaro seus olhos castanhos e percebo que não há mais aquele brilho de admiração de antes, eles me olham com surpresa e desapreço.

Fico olhando para ele sem dizer nada, eu também estou em choque.

—A festa acabou! Saiam todos! —o comando frio do Sheik me provoca arrepios.

Sid Yussef agarra o braço do filho;

—Vem meu filho. Não há mais nada para fazermos aqui —ele então me encara com o semblante carregado—diante de tudo isso o noivado está desfeito e duvido que depois que Mohamed fez, um homem se ligará a você, não um que valorize os bons costumes.

Yussef se afasta. Bashir depois de me olhar longamente segue seu baba como um cordeirinho.

Eu sinto um misto de sentimentos: alívio e agora uma certa preocupação com o meu futuro.

Allah! Se isso não for um equívoco, se realmente a acusação do sheik for verdade, nenhum homem de boa família se unirá a mim.

Meu destino?

Ficar solteira o resto da minha vida!

Solto um suspiro sem saber direito até que ponto isso é bom.

Uma coisa é certa, prefiro isso do que me casar com Bashir ou com qualquer outro homem que não me agrade.

Empino meu nariz e respirando fundo procuro meu baba com os olhos. Ele está uns dez metros de distância de mim e ainda assim posso ver sua respiração agitada enquanto o Sheik aponta o dedo para ele e despeja uma avalanche de acusações.

Meu baba apenas o encara sem se defender. Ele não diz absolutamente nada aumentando ainda mais o sentimento de que ele realmente tenha feito merda.

Mohamed começa a implorar por algo, o sheik o encara irredutível, mesmo quando meu baba se ajoelha. Então vossa excelência olha para mim e estica seus lábios e me dá um sorriso tão perverso que meu corpo inteiro se arrepia com um terrível pressentimento me deixando trêmula, nervosa.

O Sheik então gira sob seus calcanhares e vai embora.

Eu me aproximo de meu baba.

—O que foi tudo isso?

—Eu desviei dinheiro das empresas do sheik.

—Pelas barbas do profeta! Por que fez isso? Você tem um bom salário!

—Eu perdi todas as nossas economias na corrida de cavalos. Desesperado, peguei dinheiro no banco e joguei novamente para recuperar tudo, mas perdi novamente.

Meus olhos se enchem de ojeriza.

—Baba! Mas e meu dote? E o dote que você receberia com esse casamento? Precisava roubar o sheik?

—Só pagaria metade das dívidas que criei.

—Allah! —respiro fundo —Mas e agora? Como o senhor o pagará agora?

—Pagarei com trabalho.

Solto um suspiro de alívio.

—Então pagará com trabalho?

—Não com meu trabalho atual. Ele me rebaixou. O desejo dele é me humilhar!

—Humilhar? Que trabalho fará para o sheik? —questiono tentando entender.

Meu baba pega meus ombros e aperta os lábios antes de dizer:

—Serei um tipo faz tudo no palácio.... —ele se cala por um tempo —e você trabalhará como criada no palácio.

—Eu? O que eu tenho a ver com tudo isso?

Meu baba me olha com tristeza e eu nunca me senti tão furiosa em toda a minha vida!

—Eu implorei. Pedi que ele não fizesse isso com você. Mas não houve acordo.

—Por quanto tempo trabalharemos para ele?

—Não sei. O valor que roubei é muito alto.

Allah!

Allah!





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