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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

A BESTA NEGRA DE BELLETERRE


Mary Jo Putney
A Besta Negra do Belleterre
Dentro da Antologia Christmas Revels
The Black Beast of Belleterre

A história da Bela e a Besta na Inglaterra vitoriana.
A besta negra do Belleterre tem um herói: James Markland, barão de Falconer, que cresceu em solidão e, além disso, está desfigurado por uma lesão. Leva um capuz para ocultar seu rosto, e vive em solidão.
Um homem chamado Sir Edward Hawthorne toma emprestada uma quantidade substancial de dinheiro dele, e não pode devolver. Quando vai enfrentar ao senhor Hawthorne, vê de longe a Ariel, sua formosa filha. Logo se inteira de que Sir Hawthorne tem a intenção de casá-la com um homem mais velho com o fim de pagar a seus credores. Falconer se oferece em seu lugar, a contrair matrimônio só de nome com Ariel




Comentário da Revisora Waleria: O livro é de uma leitura rápida, principalmente para quem gosta de romances históricos. Tem muito da "Bela e a Fera". E os sonhadores adorarão a história. Uma moça linda que se sente deslocada por ser inteligente e só ser vista como uma decoração, um homem bondoso e fiel que foi desfigurado ainda jovem. Não é hot, mas é uma graça. Boa leitura.

Comentário da Revisora Chris - é uma gracinha, verdadeiramente um conto de fadas, muito romântico (como eu gosto). A mocinha é uma fofa e o mocinho maravilhoso.





A Besta Negra Do Belleterre
 
  Ele era feio, muito feio. Não sabia disso quando era jovem e tinha uma mãe que o amava apesar de seu rosto. Quando as pessoas o olhavam de modo raro, havia presumido que era porque era o filho de um lorde. Como havia poucos meninos que estivessem dispostos a serem amigos dele, não pensou mais nisso.
  Foi só mais tarde, quando sua mãe havia morrido e o acidente tinha aumentado sua natural fealdade, que James Markland se deu conta de quão diferente era. As pessoas o olhavam fixo ou, se eram educados, afastavam rapidamente o olhar. Seu próprio pai não o olhava diretamente nas raras ocasiões em que se encontravam. O sexto barão Falconer tinha sido um homem muito arrumado; James não o culpava por desprezar a um filho que era tão claramente indigno do antigo e nobre nome que ambos levavam.
  Não obstante, James era o herdeiro, assim lorde Falconer tinha dirigido o desagradável assunto com uma consumada e aristocrática graça: tinha instalado ao menino em um pequeno e remoto imóvel, ocupou-se de que fossem contratados tutores competentes, e não tinha pensado mais nele.
  O chefe dos tutores, senhor Grice, era um homem severo e beato, generoso com as surras (punição por mau comportamento) tanto como com os sermões sobre a inevitável maldade da natureza humana. Em seus dias mais joviais, o senhor Grice dizia a seu estudante quão afortunado era por ser bestial em um modo que todo mundo podia ver; a maioria dos homens levava a fealdade em suas almas, onde facilmente podiam esquecer sua maldade básica.
  James deveria sentir-se agradecido de que lhe tivesse concedido semelhante oportunidade assinalada para ser humilde. James não tinha estado agradecido, mas sim resignado. Sua vida poderia ter sido pior; aos serventes pagava o suficiente para tolerar ao moço ao que serviam, e um dos moços do estábulo inclusive era amistoso. Assim James tinha um amigo, uma biblioteca, e um cavalo. Estava satisfeito a maior parte do tempo.
  Quando o sexto lorde morreu — de um modo próprio de um cavalheiro, enquanto jogava whist — James se converteu no sétimo barão Falconer. Nos vinte e um anos de sua vida tinha passado um total de, possivelmente, dez noites sob o mesmo teto que seu defunto pai. Havia sentido muito pouco pela morte de seu pai; nem pena, nem triunfo, nem culpa. Possivelmente tinha havido arrependimento, mas só um pouquinho.
  Era difícil lamentar não conhecer melhor a um homem que tinha escolhido ser um estranho para seu próprio filho. Assim que seu pai morreu, James tinha tomado a dois serventes de confiança e voado a um mundo mais amplo, como a ave alçando voo do brasão da família. Egito, África, Índia, Austrália; tinha-os visto todos durante seus anos de viagens. Tinha descoberto que a vida de um excêntrico lorde inglês lhe assentava bem, e também tinha desenvolvido hábitos que lhe permitiam manter o mundo a uma distância segura. Ver os monges em um monastério no Chipre lhe tinha dado a ideia de vestir um manto com um pesado capuz que o ocultaria da curiosidade ocasional.


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