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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

FASCINAÇÃO

Amanda Quick
Fascinação

Resumo

Numa pequena e acolhedora cidade à beira mar, até a efervescente elegância de um salão londrino, trama-se a emocionante história de um homem e uma mulher diferentes em tudo.
Não existia nenhuma dúvida: o que Harriet Pomeroy precisava era de um homem forte e inteligente para lhe ajudar a desbaratar os planos de ladrões inescrupulosos que ocultavam em suas queridas cavernas, os despojos de seus saques. Mas, quando pediu ajuda a Gideon Westbrook não poderia imaginar que estava invocando o próprio diabo e, eventualmente, encontrando maneiras de conquistar o seu coração.
Comentário Revisora Katia Milano
Um livro envolvente, cheio de suspense e com um mocinho traumatizado e uma mocinha teimosa e inocente.



Comentário Leitura Final Ana Júlia:

O livro é florzinha envolvente que agradará a todas. Um mocinho apelidado de besta, que não era nenhuma besta. Era um homem que tinha sido gravemente ferido pela vida e por seu próprio destino, uma mocinha que adora fósseis, inocente, teimosa ao estremo que nos faz rir muito e que salva o mocinho e sua família em muitos sentidos. Leitura agradável. Boa leitura.

Capítulo 1

      Era como uma cena saída de um pesadelo. Gideon Westbrook, visconde de St. Justin deteve-se na soleira para contemplar essa alegre e pequena ante-sala do inferno. Havia ossos em todos os cantos. Crânios que sorriam grosseiramente, costelas esbranquiçadas e fêmures feitos em pedaços espalhados por ali como refugos do diabo. No parapeito da janela se amontoavam pedras, sobre as quais se viam dentes, dedos e outras peças incrustadas. Em um canto, espalhadas pelo chão, um punhado de vértebras.
      Ocupava o centro dessa indigna desordem uma esbelta silhueta, com um avental coberto de manchas e uma touca torta de musselina branca sobre seu selvagem emaranhado de cachos castanhos. A mulher, obviamente jovem, estava sentada em uma pesada mesa de mogno, de costas para Gideon que apreciava sua elegante postura. Desenhava com concentração e interesse algo que parecia um osso comprido, encravado em um pedaço de rocha.
      De onde estava Gideon notou que não tinha aliança nos graciosos dedos que sustentavam a pluma. Não era, então, a viúva do defunto reverendo Pomeroy, a não ser uma de suas filhas.
      “Justamente o que eu precisava”, pensou Gideon, “outra filha de pároco.”
      Quando o pesaroso pároco anterior abandonou a vizinhança, depois da morte de sua filha, o pai de Gideon designou o reverendo Pomeroy para seu lugar. Mas, ao morrer Pomeroy, quatro anos atrás, Gideon já estava responsável pelas propriedades de seu pai e não se incomodou em designar um novo pároco. O bem-estar espiritual do povo de Upper Biddleton não lhe interessava muito.
      Segundo as condições que Pomeroy tinha estabelecido com o pai de Gideon, sua família continuou vivendo na casa paroquial. Os aluguéis eram pagos em dia e isso era a única coisa importante, pelo que concernia a Gideon.
     Depois de contemplar a cena por mais um momento, deu uma olhada ao seu redor, procurando algum sinal de quem tivesse deixado aberta a porta da casa paroquial. Como não aparecia ninguém, tirou o chapéu de castor e entrou no pequeno vestíbulo. A forte brisa do mar o seguiu. Nesses primeiros dias de primavera, embora o tempo fosse invulgarmente quente para essa época do ano, o ar do mar ainda continuava frio.
      Gideon se sentiu animado e (conforme admitiu para si mesmo) intrigado pelo espetáculo da jovem sentada entre ossos antigos que se espalhavam pelo aposento. Cruzou o vestíbulo em silêncio, cuidando para não fazer ruído com suas botas de montar. Era um homem corpulento (monstruoso, ao dizer de alguns) e tinha aprendido a mover-se sem ruído, em um vão esforço por compensar seu tamanho. Muitos o olhavam só pelo seu aspecto.
      Parou na porta do gabinete, observando por mais um momento a mulher que trabalhava. Uma vez convencido de que ela estava muito absorta em seu desenho para perceber sua presença, quebrou o feitiço a contra gosto.
      - Bom dia. – disse.
      A jovem sentada em frente à mesa deu um gritinho de sobressalto e, deixando cair à pluma, levantou-se de um pulo. Girou para enfrentar Gideon, com expressão de crescente horror.
      Gideon estava habituado a essa reação. Nunca tinha sido bonito, mas a profunda cicatriz que lhe cruzava a mandíbula esquerda como um raio, não tinha melhorado as coisas.
      - Quem demônios é você? – A jovem tinha posto as duas mãos atrás do corpo. Obviamente, tratava de ocultar seus desenhos sob alguma coisa que parecia um jornal. A expressão de espanto de seus enormes olhos turquesa ia convertendo-se rapidamente em tenebrosa suspeita.
      - St. Justin. – Gideon dedicou-lhe um sorriso friamente cortês, conhecendo o efeito que causava a cicatriz, e esperou que esses olhos, incrivelmente luminosos, se enchessem de repulsa.
      - St. Justin? Lorde St. Justin? O visconde St. Justin?

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